Inédita conquista da América
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1948 - Inédita conquista da América
1948 - Inédita conquista da América
Em pé: Augusto, Barbosa, Rafagnelli, Danilo, Jorge e Eli
Agachados: Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico
Campeão Sul-Americano de Clubes 1948

Turno Único
Data Jogo Placar Adversário Local Jogo
14-fev-1948 2x1 El Litoral (BOLÍVIA) CHILE
18-fev-1948 4x1 Nacional (URUGUAI) CHILE
25-fev-1948 4x0 Deportivo Municipal (PERU) CHILE
28-fev-1948 1x0 Emelec (EQUADOR) CHILE
07-mar-1948 1x1 Colo Colo (CHILE) CHILE
14-mar-1948 0x0 River Plate (ARGENTINA) CHILE

Jogo do Titulode 1948


0 X 0
Vasco 6ª rodada River Plate (ARGENTINA)

Barbosa
Augusto
Wilson (Rafagnelli)
Ely
Danilo
Jorge
Djalma
Maneca (Lelé)
Friaça (Dimas)
Ismael
Chico

Técnico: Flávio Costa


Data: domingo, 14 de março de 1948 - 19:00h

Local: Estádio Nacional, Santiago do Chile (CHILE)

Público: 52.000

Árbitro: Nobel Valentini (URUGUAI)

Grizetti
Vaghi
Rodríguez
Yácono (Mendéz )
Nestor Rossi
Ramos (Ferrari)
Reyes (Muñoz)
Moreno
Di Stefano
Labruna
Loustau

Técnico: José Maria Minela

Vasco campeão (invicto) Sul-Americano de Clubes de 1948. No ano de seu cinquentenário, o Vasco conquista seu título mais importante até então. Foi também o primeiro título internacional conquistado pelo futebol brasileiro no exterior.

Expulsões: Chico (39' 2ºT).

 

Expulsões: Mendéz (39' 2ºT).

Um Expresso na História

Vasco 0x0 River Plate (Campeonato Sul-Americano de Campeões 1948)

Compilado de artigos publicados em diversas edicoes de Placar e um artigo de Geraldo Romualdo da Silva no Jornal dos Sports de 27/9/74.
No dia 14 de marco de 1948, o torcedor vascaino pode dizer: no futebol brasileiro, nao ha' nada que se compare ao Vasco. Nem time de clube nem time de Selecao. Porque neste dia o Vasco esta' realizando um feito inedito: o incrivel Expresso da Vitoria traz de Santiago do Chile o primeiro titulo internacional conquistado pelo futebol brasileiro no exterior. O Vasco torna-se campeao dos campeoes sul-americanos. E isso seria pouco, se o principal adversario nao fosse o River Plate - o time argentino que o mundo chamava de La Maquina. Um time que era considerado imbativel, porque tinha um ataque de genios - e o genio maximo se chamava Alfredo Di Stefano. Foi esse o ataque que o Vasco parou - na classe, na raca, na catimba. Nessa final imortal, so' houve uma falha - a do juiz, que, entre outras coisas, anulou o gol de Chico.

O clube que nascera discriminado, porque sua torcida era formada por imigrantes portugueses, e que fora perseguido, porque admitia sem preconceito racial qualquer tipo de trabalhador em suas equipes e seu quadro social, dava mais uma licao ao futebol brasileiro. O Expresso da Vitoria mostrava que nao precisavamos escolher campo para vencer. Bastava ter alguns craques no time. E raca no coracao.

O Vasco, o Expresso da Vitoria, e' o campeao carioca de 1947. Venceu 17 jogos e empatou apenas tres; fez 68 gols e sofreu 21; o poderio de seu ataque e' impressionante: contra o Canto do Rio, chegou aos 14 a 1. O Botafogo, vice-campeao de 47, acabou sete pontos atras do Vasco.

O River tambem tem um timaco, tanto assim que e' chamado de La Maquina. E' o campeao argentino de 1947, seis pontos a frente do Boca Juniors, o vice-campeao. Marcou 90 gols, igualando o recorde obtido pelo San Lorenzo no ano anterior. Sua grande estrela e' um jovem de 21 anos, Alfredo Stefano Di Stefano. Dono de tecnica perfeita, ele e' tambem um goleador: foi o artilheiro de 47, com 27 gols. Di Stefano ja' e' conhecido como La Saeta Rubia (A Flecha Loura), tal a sua velocidade.

O Primeiro Campeonato Sul-Americano de Campeoes foi promovido pelo Colo-Colo e contava com a participacao de sete clubes, campeoes de seus respectivos paises. A formula era simples: Todos contra todos, em turno unico, pontos corridos. O Vasco chega a sua ultima partida no torneio com apenas um ponto perdido, consequencia de um empate com o time da casa, o Colo-Colo. O River, surpreendentemente, perdeu para o Nacional de Montevideu por 3 a 0. So' a vitoria lhe mantera' as esperancas. Depois, ainda tem uma partida a cumprir, contra o Colo-Colo.

Os dois times estao dispostos em campo. De um lado, o Vasco , de camisa preta com faixa diagonal branca e calcoes brancos, com Barbosa; Augusto e Wilson; Eli, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaca, Ismael e Chico; do outro, o River, de camisa branca com faixa diagonal vermelha e calcoes negros, com Grisetti; Vaghi e Rodriguez; Iacono, Rossi e Ramos; Reys, Moreno, Di Stefano, Labruna e Lostau.

O grande desfalque do Vasco e' o artilheiro e idolo Ademir, que fraturara o pe' direito na vitoria por 4 a 1 sobre o Nacional. Alem dele, nao joga o zagueiro Rafanelli, ate' entao titular absoluto, a quem o tecnico Flavio Costa resolveu barrar: "Ele era um excelente central. Mas, na vespera, senti que ele estava nervoso. era de Santa Fe', provincia do interior, e nunca tivera cartaz na Argentina. Sentia o peso de enfrentar seus famosos patricios. Preferi escalar Wilson, que nem sabia o nome dos argentinos".

Sao 18h30m no Rio de Janeiro, e, em Santiago do Chile, vai comecar a decisao. Dizer que o Rio parou seria um exagero. Mas o carioca, vascaino ou nao, esta' de ouvido colado ao radio, tentando ouvir a voz do "speaker" Oduvaldo Cozzi entre a sinfonia de chiados. Cozzi estava entao no auge de sua carreira. Seguir suas narrativas era como "assistir" ouvindo tudo nos menores e mais exaltados momentos de uma partida.

O juiz uruguaio Nobel Valentini apita, e Friaca rola a bola para Maneca. Jogo equilibrado nos dez primeiros minutos, os dois times se estudando. Numa disputa de bola com Djalma, Ramos se machuca - Ferrari entra. O jogo esquenta. Os argentinos passam a catimbar e a reclamar de cada marcacao de Valentini.

Wilson marca Di Stefano e leva vantagem, disputando cada bola com raca e categoria. Sentindo-se seguro na defesa, o Vasco parte decididamente para o ataque e Grisetti faz duas defesas dificeis em um chute forte de Chico e uma bola colocada por Danilo. Valentini interrompe o jogo e pede aos carabineiros chilenos que retirem os fotografos de tras do gol argentino, pois os flashes prejudicam a visao de Grisetti.

O ponta-esquerda Chico e' uma fera. E' ele quem obriga Grisetti a mais impressionante defesa ate' o instante, e tambem quem causa o primeiro tumulto da partida, ao entrar de sola em Iacono. Valentini chama-lhe a atencao.

Agora e' a vez do River. Labruna perde gol certo ao chutar por cima do travessao. O River explora inteligentemente os contra-ataques, a criatividade e velocidade de Di Stefano e os dribles e as arrancadas de Lostau. Mas Barbosa esta' atento e faz defesas de classe.

O clima era totalmente adverso. A torcida estava do lado do River. E juiz e bandeirinhas cometiam uma arbitragem escandalosamente facciosa. Valentini apita um penalti contra o Vasco. Barbosa conta o seu milagre:

-- Nao foi penalti, nao. Mas o que fazer contra aquele juiz? Me conscientizei de que tinha de agarrar. Entao fiquei la' debaixo dos paus; o Labruna, estrela do River, na marca de cal. Ele chutou rasteiro, e eu fui la' buscar a menina.

Antes do primeiro tempo terminar, Grisetti ainda fara' duas grandes defesas, em chutes de Friaca, um deles em cobranca de falta.

O River volta para o segundo tempo com Munoz em lugar de Reys e passa a jogar com dois ponteiros abertos. Falta de Eli em Labruna. Moreno bate de efeito, a bola raspa o travessao com Barbosa batido. Num contra-ataque rapido, Maneca enfia bola limpa para Friaca que, na hora do chute, fura inexplicavelmente, fazendo sentir-se a ausencia de Ademir.

Comocao no banco do Vasco: Wilson, que ate' entao marcara Di Stefano com perfeicao, machuca-se no tornozelo e nao pode continuar. Rafanelli entra em seu lugar.

Barbosa, com uma reposicao perfeita, da' a bola para Friaca, que de primeira passa a Chico: Gol do Vasco, aos 28 minutos. Os argentinos cercam Valentini, que afinal anula o gol, inventando o impedimento de Chico. Os vascainos peitam a Valentini e Flavio Costa entra em campo, mas os argentinos mandam no juiz.

Nos ultimos 15 minutos, a categoria cede lugar a violencia. Rossi pega Maneca para quebrar - Valentini finge nao ver. Chico, gaucho que nao leva desaforo para casa, na primeira que disputa com Rossi vai a forra, sem tomar conhecimento do tamanhao do argentino - novamente Valentini o chama a atencao. A ultima oportunidade ainda e' do Vasco. Ismael passa por quatro, mas Grisetti faz boa defesa. Vao ser necessarios os cinco minutos de prorrogacao previstos no regulamento.

Antes mesmo que esta comece, explode uma briga entre Chico e Mendez, que substituira Iacono, e ambos sao expulsos. Maneca, contundido, e Friaca, cansado, dao lugar a Lele' e Dimas. Nenhum dos dois times pensam em jogar na defesa: o River, por precisar da vitoria; o Vasco, por sentir que pode vencer. Em apenas 5 minutos, os torcedores presenciam incriveis defesas de Grisetti e Barbosa.

A ultima chance e' de Lele', de pe' direito, forte. A bola sai como um foguete, mas Grisetti desvia com a ponta dos dedos. Termina a prorrogacao. O Vasco e' campeao dos campeoes sul-americanos.

Ao som do hino nacional brasileiro, o presidente chileno Gonzalez Videla entrega o caneco aos vascainos, sob os aplausos do publico que lota o Estadio Nacional de Santiago. Os chilenos, que haviam de inicio torcido para o River, reconheceram a superioridade do Expresso da Vitoria.

O Campeonato Sul-Americano de Campeoes nao passou da sua primeira edicao. O jornalista Geraldo Romualdo da Silva assim descreveu o que chamou de "a culpa inocente do Vasco":

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Craques anos 40

Lele

LELÉ

Nome: Manuel Pessanha
Nascimento: 23/3/1918
Falecimento: 8/2003, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1943 a 1948
Posição: Atacante

Atacante com caracteristicas de jogador de meio-campo, capaz de atuar tanto na meia-direita quanto na meia-esquerda. Lele' foi revelado pelo Madureira juntamente com Isaias e Jair Rosa Pinto, que formaram um trio atacante apelidado de Os Tres Patetas. A pedido do tecnico Ondino Viera, que comecava a reformular o elenco em 1943, o Vasco contratou os tres de uma vez. Lele' era lento, mas tinha um potente chute de pe' direito e logo virou idolo do Vasco, nos tempos iniciais do Expresso da Vitoria, tendo sido artilheiro do campeonato carioca de 1945, e foi ate' citado numa marchinha de carnaval que tornou-se popular na voz da cantora Linda Batista.

Ademir

ADEMIR

Nome: Ademir Marques de Menezes
Nascimento: 8/11/1922, Recife-PE
Falecimento: 11/5/1996, Rio de Janeiro-RJ
Períodos: 1942 a 1945 e 1948 a 1956
Posição: Atacante

Veio do Sport Club Recife ainda muito jovem, depois de impressionar a plateia carioca quando, em amistosos, o Sport venceu sucessivamente a Flamengo e Vasco. Com 301 gols em 429 partidas, o "Queixada" tornou-se o maior idolo e artilheiro da historia do Vasco, ate' aparecer Roberto.

Ademir foi titular absoluto da selecao brasileira, onde ocupava a posicao de centroavante, tendo sido o artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com oito gols. Pela selecao, marcou 35 gols em 41 partidas, com uma das melhores medias de todos os tempos.

Ademir era insuperavel nas arrancadas com a bola sob controle (chamadas na epoca de "rush") e capaz de concluir com um ou outro pe' com grande precisao, raramente perdendo gols em lances de area. Chutava sem tomar distancia da bola, sem mudar o passo, surpreendendo muitas vezes aos goleiros. Toda uma equipe jogava para ele. Os lancamentos eram feitos longos para aproveitar-lhe a corrida, e no Vasco ele teve lancadores fenomenais a alimenta-lo, como Ipojucan e Danilo. Diz-se que com Ademir foi inventada a posicao de ponta-de-lanca, obrigando tecnicos a adotarem novos sistemas para tentar conte-lo.

O periodo de Ademir no Vasco foi interrompido brevemente quando, em 46, o tecnico do Fluminense Gentil Cardoso exigiu que o clube o contratasse. Ficou famosa a sua frase "Deem-me Ademir que eu lhes darei o campeonato", o que efetivamente aconteceu. Mas no inicio de 48, Ademir foi contratado de volta pelo Vasco, onde foi o principal goleador das conquistas do legendario Expresso da Vitoria, tendo inclusive marcado ambos os gols da vitoria por 2x1 sobre o America na final do primeiro campeonato carioca disputado no Maracana, em 1950. Era tambem conhecido como o carrasco do Flamengo, no qual quase sempre marcava gols.

Chico

 

CHICO

Nome: Francisco Aramburu
Nascimento: 7/1/1922, Uruguaiana-RS
Falecimento: 1/10/1997, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1942 a 1953
Posição: Ponta-esquerda

Gaucho de Uruguaiana, Chico foi um ponta veloz, inteligente e valente, que chutava forte com os dois pes, driblava na corrida e cruzava certeiro com a canhota. Dono da camisa 11 do Expresso da Vitoria, travava duelos memoraveis com Bigua', lateral do Flamengo. Na selecao brasileira, Chico tambem nao negava fogo nem fugia do pau. Durante o Sul-Americano de 46 em Buenos Aires, revidou a uma entrada mais dura de um zagueiro argentino. Na briga generalizada que se seguiu, apanhou da policia argentina a golpes de sabre. Em 1950, Chico foi um dos seis titulares que o Vasco forneceu `a selecao brasileira vice-campea mundial, tendo marcado quatro gols.

Jair

JAIR

Nome: Jair Rosa Pinto
Nascimento: 21/3/1921, Quatis-RJ
Falecimento: 27/7/2005, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1943 a 1946
Posição: Atacante

Muitas vezes chamado de Jair da Rosa Pinto, o Jaja' de Barra Mansa, seu nome era Jair Rosa Pinto e era na verdade de Quatis, cidade proxima a Barra Mansa. Jair usava a canhota para dribles curtos, passes precisos e tirambacos mortais. Quem via suas canelas finas nao acreditava na potencia do seu chute, que ficou celebre. Ninguem cobrava uma falta com tamanha habilidade, sendo atribuido a ele a invencao do chute de curva.

Jair iniciou sua longa carreira no Madureira, integrando um trio de ataque infernal com Lele' e Isaias, conhecido como Os Tres Patetas. Os tres foram de uma so' vez para o Vasco, cujo tecnico Ondino Viera comecava a armar o Expresso da Vitoria. Foi titular durante o campeonato invicto de 45 ganho pelo Vasco. Insatisfeito por ser as vezes deixado na reserva, deixou o clube para ir jogar no Flamengo, mas enquanto esteve la' este nunca derrotou o Vasco. Participou de varias selecoes cariocas e brasileiras, inclusive sendo titular durante a Copa de 50. Depois de uma passagem marcante pelo Palmeiras, foi campeao pelo Santos ja' com quase 40 anos, fazendo lancamentos para um adolescente chamado Pele'.

 

Augusto

AUGUSTO

Nome: Augusto da Costa
Nascimento: 22/10/1920, Rio de Janeiro-RJ
Falecimento: 1/3/2004, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1945 a 1953
Posição: Zagueiro direito

Augusto era soldado da Policia Especial do Exercito, e comecou no futebol no Sao Cristovao, onde era um zagueiro com grande espirito de equipe e uma capacidade de lideranca acima do comum. Nao demorou a chegar ao Vasco, onde tornou-se um capitao que se fez respeitar inteiramente, fosse representando o Vasco, fosse na selecao. Nesta, foi titular e capitao de 1948 a 1950, inclusive durante a Copa America conquistada pelo Brasil em 1949 e a Copa de 1950. Costumava jogar sem espalhafato, ate' o momento em que o time tinha que resolver a parada no grito. Entao virava bicho e levava o time a frente, falando grosso e na hora.

Eli

 

ELI

Nome: Ely do Amparo
Nascimento: 14/5/1921, Paracambi-RJ
Falecimento: 9/3/1991, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1943 a 1954
Posição: Médio direito

Era o capitao do modesto Canto do Rio quando foi escolhido pelo treinador Ondino Viera como um dos primeiros integrantes da equipe reformulada que estava construindo no Vasco, e que se tornaria conhecida como o Expresso da Vitoria. Eli dividia a lideranca do time com Augusto, o capitao do time. Comprido, parrudo, de pernas longas, foi talvez o primeiro "Xerife" do futebol brasileiro, tanto pelo Vasco quanto pela selecao. Um caudilho implacavel, sem grande sutileza para jogar, mas um gigante de varios pulmoes e um espantalho diante de atacantes metidos a machoes.

 

Danilo

 

DANILO

Nome: Danilo Faria Alvim
Nascimento: 3/12/1920, Rio de Janeiro-RJ
Falecimento: 16/5/1996, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1946 a 1954
Posição: Médio

Um dos maiores jogadores de meio-campo do futebol brasileiro de todos os tempos, foi apropriadamente apelidado de O Principe. Comecou sua carreira no America, quando aos dezenove anos sofreu 39 fraturas nas duas pernas, a da direita com a tibia exposta, ao ser atropelado por um automovel enquanto tentava pegar um bonde em movimento. Ficou 18 meses gessado mas com perseveranca voltou ao futebol, emprestado ao Canto do Rio. De volta ao America, integrou a selecao carioca. Veio parar no Vasco pelas maos do tecnico Ondino Viera, que foi busca-lo pessoalmente em Campos Sales. Danilo era alto, magro e tinha estilo classico e tecnica refinada, com absoluto controle de bola e passes e lancamentos precisos. No Vasco, continuou a demonstrar toda a sua categoria na fase aurea do mitologico Expresso da Vitoria e foi titular de todas as selecoes, inclusive a selecao vice-campea mundial na Copa de 1950.

 

Jorge

 

JORGE

Nome: Jorge Dias Sacramento
Nascimento: 22/03/1924, Recife-PE
Falecimento: 30/07/1998, Rio de Janeiro-RJ
Período: 1944 a 1954
Posição: Lateral-esquerdo

Integrante da famosa linha media do Expresso da Vitoria, Eli, Danilo e Jorge, conquistou a torcida como um marcador implacavel e eficiente. Considerado um dos melhores do Vasco na sua posicao em todos os tempos. Foi titular da selecao carioca que se sagrou campea brasileira em 1946. Pelo Vasco, foi campeão carioca nos anos de 1945, 1947. 1949. 1950 e 1952, e campeão sul-americano de clubes em 1948

 

Maneca

MANECA

Nome: Manoel Marinho Alves
Nascimento: 28/1/1926, Salvador-BA
Falecimento: 28/6/1961
Período: 1947 a 1955
Posição: Atacante

Foi descoberto por um olheiro do Vasco quando jogava no Galicia, de Salvador. Seu estilo era de dribles curtos e desconcertantes, e passes e lancamentos certeiros. No Vasco, jogava tanto na meia-direita como na meia-esquerda, mas durante a Copa do Mundo de 1950, atuou como como titular da Selecao deslocado na ponta direita no lugar de Tesourinha, que operara os meniscos. Um estiramento afastou-os dos dois ultimos jogos contra Espanha e Uruguai. Depois de sair do Vasco voltou a Salvador, onde foi campeao pelo Bahia. Mais tarde, uma contusao antiga no joelho o fez abandonar o futebol. Homem chegado a depressoes, Maneca se suicidou tomando veneno em 1961.

Barbosa

BARBOSA

Nome: Moacir Barbosa
Nascimento: 27/3/1921, Campinas-SP
Falecimento: 7/4/2000, Santos-SP
Períodos: 1945 a 1955 e 1958 a 1960
Posição: Goleiro

Considerado o melhor goleiro do Vasco em todos os tempos. Era seguro, elastico, dotado de excelente senso de colocacao. Arrojado, jamais temeu mergulhar nos pes dos adversarios. Tambem conseguia agarrar varios penaltis. Foi sem duvida o maior goleiro de seu tempo e um dos melhores de toda a historia do futebol brasileiro.

A respeito de Barbosa, assim escreveu o cronista Armando Nogueira:

"Certamente, a criatura mais injusticada na historia do futebol brasileiro. Era um goleiro magistral. Fazia milagres, desviando de mao trocada bolas envenenadas. O gol de Ghiggia, na final da Copa de 1950, caiu-lhe como uma maldicao. E quanto mais vejo o lance, mais o absolvo. Aquele jogo o Brasil perdeu na vespera."

Moacir Barbosa jogou um longo tempo no Vasco, sendo um dos jogadores com maior numero de jogos pelo clube, e participou das muitas campanhas vitoriosas do Vasco nas decadas de 1940 e 1950. Em especial, teve atuacao destacada na final do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeoes em 1948 no Chile, quando defendeu um penalti batido por Labruna, do River Plate, e garantiu com grandes defesas o 0 a 0 que deu o titulo ao Vasco.

Ate' 1953, Barbosa foi o titular absoluto da posicao de goleiro Vasco e da Selecao Brasileira. Porem, em maio daquele ano, sua coragem lhe custou caro: Num violento choque com o atacante do Botafogo, Zezinho, numa partida pelo Torneio Rio-Sao Paulo, sofreu uma seria fratura dupla da tibia e peronio, para a consternacao todos os vascainos. A recuperacao foi demorada e a volta aos gramados dificil para o grande goleiro, que jamais voltou a ser lembrado para uma convocacao para a selecao.

Em 1956, Barbosa foi emprestado ao Bonsucesso e depois passou uma temporada em Pernambuco, defendendo o Santa Cruz. Em 1958, ja' com quase 37 anos, voltou ao Vasco em excelente forma e reassumiu o posto de titular da equipe que conquistou o Torneio Rio-Sao Paulo e o Campeonato Carioca. Barbosa encerrou a carreira aos 42 anos no Campo Grande.

Tesourinha

TESOURINHA

Nome: Osmar Fortes Barcellos
Nascimento: 3/12/1921, Porto Alegre-RS
Falecimento: 16/6/1979, Porto Alegre-RS
Período: 1949 a 1951
Posição: Ponta-direita

Muitos consideram este ponta gaucho o segundo maior ponta direita do futebol brasileiro, so' perdendo para o genial Garrincha. Era um driblador por excelencia, varias vezes destruindo sistemas defensivos das equipes adversarias gracas ao seu jogo individual. Alem do drible para qualquer lado, chutava bem com os dois pes, sendo um terror para os goleiros quando fechava em diagonal e batia de canhota. Tambem sabia cabecear. Fez falta a selecao na Copa de 50, por causa de uma operacao de meniscos.

 

Ipojucã

 

IPOJUCAN

Nome: Ipojucan Lins de Araújo
Nascimento: 3/6/1926, Maceió-AL
Falecimento: 19/6/1978, São Paulo-SP
Período: 1944 a 1953
Posição: Atacante

Apesar de ter sido um dos jogadores mais altos do seu tempo, com 1,90m, Ipojucan era um meia habilidoso e criativo, comparado por muitos a um malabarista com a bola. Seus dribles de efeito, passes de calcanhar e lancamentos inteligentes eram sensacionais e, gracas as suas jogadas surpreendentes, Ademir marcou dezenas de gols. Alem disso, Ipojucan tambem sabia fazer gols. Arredio, detestava treinar e era psicologicamente fragil. Durante o intervalo da final do campeonato estadual de 1950, nao queria voltar a campo alegando sentir-se mal, mas foi forcado debaixo de safanoes do tecnico Flavio Costa. Mesmo alheio a partida, caido pela ponta direita, deu um magnifico passe para Ademir marcar o gol do titulo. Depois de participar da conquista de varios titulos pelo Vasco, e de integrar a selecao brasileira, foi para a Portuguesa de Desportos.

Friça

FRIAÇA

                               Friaça Cardoso
Data de nascimento: 20/10/1924 / Porciúncula (RJ)
Falecimento:12/01/2009 / Itaperuna (RJ)
Posição:Atacante

1944-1949: Vasco da Gama-RJ

Campeonato Carioca: 1947, 1952
Copa Libertadores: 1948

Um dos maiores jogadores do Vasco da Gama e autor do gol do Brasil na desatrosa final da Copa do Mundo de 1950

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